segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Guarda-Rios



Este sangue é por te amar

João Aguardela


A ti devo a imagem fresca dos Guarda-rios da Lua,
que velam com os seus calções apertados, o leite gordo
que em cada cratera desagua, Obliquamente enrolam os seus cabelos
feitos de espera marítima e molham os pés no leite gordo que adormece,

trazem na lapela a sua enchada e na expressão o viso cansado,
dão doces sonhos à avó do guarda-discotecas, contam anedotas aos piratas,
apertam com todas as suas pontas tudo aquilo que acende e mata,

A ti devo a doçura de ser só coisa que pinga e prata queimada,
A fuga do Egipto, cada navio que parte, a ti devo as ninfas que jogam Playstation no fundo dos poços da lua, a ti devo o tudo e o nada,
O querer ser Só Coisa tua.


Nuno Brito

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